segunda-feira, novembro 19, 2007

Control

Dizem que uma imagem vale por mil palavras. Eu não sei se é sempre assim, mas neste caso é verdade. Mesmo o melhor argumentista, num daqueles momentos de inspiração que acontecem poucas (uma?) vezes na vida, não conseguiria transpor para um texto tudo o que está a ser dito através daquelas sequências de imagens a preto e branco. Os jogos de luz e contraluz, a paisagem urbana. E a música. Sempre a música, como éter envolvente que garante a unidade e consistência de toda a história.

Já há algum tempo que não via um filme que me tocasse, que me fizesse sentir desconfortável na cadeira, por me obrigar a partilhar das angústias que nele são vividas. Sem dúvida um filme a ver novamente.


6 comentários:

Cx disse...

Já andava curioso para ver o filme. Agora, contribuíste para aumentar as minhas expectativas... Ah e adorei a banda sonora do post!

Anónimo disse...

Love will tear us apart, Transmission, Dead Souls, Atmosphere, e tantas outras. Grandes canções. Grande banda.

Do filme gostei, mas esperava melhor. Estava á espera dele há meses e tinha expectativas gigantescas.

Mais ou menos sobre o mesmo assunto prefiro o "24 hour party people", que apesar de ser um filme menos "sério" acaba por ser para mim mais tocante. É historicamente mais completo e se calhar por isso mais inpirador de um certo sentimento de nostalgia. Esteticamente o Control será mais bonito, apesar do preto e branco que normalmente acho pretencioso (preto e branco: atenção, isto é arte !).

Em relação á história tenho pena que tenham deitado fora a maior parte do inicio do livro ("Caricias distantes", da Deborah Curtis), onde se ficava a saber mais alguma coisa sobre o Ian Curtis e o ambiente de onde vêm os Joy Division. Estive a folhear o livro (edição portuguesa), que já li há uns anos, e só se começa a falar da banda pela página 75. Isto num livro com menos de 200 páginas.

Também acho que o filme falha no sentido em que não noto um sentimento de desespero no Ian Curtis que justifique o suicidio.

Mas novamente, gostei do filme e espero reve-lo, quando sair em DVD.

Clara Soares disse...

Humm, as epxectativas… Se levarmos em conta a teoria da Elbi, espero não ter comprometido a tua apreciação final do filme, por ter contribuído para aumentar as tuas expectativas… Fico a aguardar reacções.

Anónimo disse...

Já pensaram que o periodo em que se deram os acontecimentos retratados no filme não foi assim há tanto tempo (1977-1980), e uma boa parte das pessoas envolvidas já morreram ?

Para além do Ian Curtis, o Rob Gretton (manager da banda), o Martin Hannett (produtor) e o Tony Wilson (dono da Factory). Já nenhum deles anda por cá.

O Tony Wilson foi uma das grandes perdas de 2007.

Cx disse...

Nop nop, a teoria da Elbi não funcionou aqui. Embora lhe ache um fundo de razão... Mas eis que finalmente fui ver o filme(hooray), adorei e confesso que me emocionei aqui e ali, se bem que muito devido à música.

Agora vou ler o CAOS. A ver se também aqui partihamos a mesma opinião! eheh

Clara Soares disse...

O CAOS foi o meu primeiro contacto com BD para gente crescida (o que exclui o Tintim, o Astérix e o Calvin). Eu achei o realismo dos pormenores muito engraçado. Depois, a conselho de um especialista, experimentei Frank Miller e fiquei fã.