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Autor 2
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«The best time to plan a book is while you're doing the dishes.» Agatha Christie
Aos Srs. Barricados que exigem que «o teatro não seja gerido e programado em função da maior ou menor rentabilidade» que estão neste momento dentro do Rivoli, a quaisquer outros Srs. Barricados que usem o mesmo tipo de argumentação e, por fim, a quaisquer outros Srs. Não Barricados mas ainda assim Srs. Que Usam o Mesmo Tipo de Argumentação:
Mas por que raio tem o teatro de ser subsidiado? O que leva os Srs. Barricados em geral que usam o tipo de argumentação supracitada e os Srs. Barricados no Rivoli em particular (e, claro, os Srs. Que Usam o Mesmo Tipo de Argumentação) a pensar que, do alto da sua cultura, têm a obrigação moral de obrigar o contribuinte a pagar as suas peças e, talvez pior, a assistir a essas mesmas peças? Se a peça não é rentável é porque o público não a quer ver ou não a valoriza ao ponto de pagar o preço do bilhete. Subsidiar o teatro mesmo que para descer os preços dos bilhetes é, no mínimo, um embuste - pode levar mais público (?) às ditas peças de "elevado interesse público" mas apenas enganando o pobre elemento do público que, informado à priori do verdadeiro custo do seu bilhete (valor pago pelo bilhete + subsídio atribuído à peça/nº de pessoas no público), rejeitaria imediatamente o projecto. Diria eu, se fosse actriz/produtora/encenadora/coreógrafa, que o meu trabalho era para o público. Não o vou dizer, porém, porque quis o destino que eu fosse economista* (e brilhante, diga-se).
* Já estou a ouvir os "aha!" dos Srs. Barricados em geral que usam o tipo de argumentação supracitada e os Srs. Barricados no Rivoli em particular (e, claro, os Srs. Que Usam o Mesmo Tipo de Argumentação). "Claro" - dizem em uníssono - "só podia".