segunda-feira, outubro 30, 2006
terça-feira, outubro 17, 2006
Orgulhosamente só
segunda-feira, outubro 16, 2006
"Sra. da Bilheteira, qual é o preço do meu bilhete?"
Aos Srs. Barricados que exigem que «o teatro não seja gerido e programado em função da maior ou menor rentabilidade» que estão neste momento dentro do Rivoli, a quaisquer outros Srs. Barricados que usem o mesmo tipo de argumentação e, por fim, a quaisquer outros Srs. Não Barricados mas ainda assim Srs. Que Usam o Mesmo Tipo de Argumentação:
Mas por que raio tem o teatro de ser subsidiado? O que leva os Srs. Barricados em geral que usam o tipo de argumentação supracitada e os Srs. Barricados no Rivoli em particular (e, claro, os Srs. Que Usam o Mesmo Tipo de Argumentação) a pensar que, do alto da sua cultura, têm a obrigação moral de obrigar o contribuinte a pagar as suas peças e, talvez pior, a assistir a essas mesmas peças? Se a peça não é rentável é porque o público não a quer ver ou não a valoriza ao ponto de pagar o preço do bilhete. Subsidiar o teatro mesmo que para descer os preços dos bilhetes é, no mínimo, um embuste - pode levar mais público (?) às ditas peças de "elevado interesse público" mas apenas enganando o pobre elemento do público que, informado à priori do verdadeiro custo do seu bilhete (valor pago pelo bilhete + subsídio atribuído à peça/nº de pessoas no público), rejeitaria imediatamente o projecto. Diria eu, se fosse actriz/produtora/encenadora/coreógrafa, que o meu trabalho era para o público. Não o vou dizer, porém, porque quis o destino que eu fosse economista* (e brilhante, diga-se).
* Já estou a ouvir os "aha!" dos Srs. Barricados em geral que usam o tipo de argumentação supracitada e os Srs. Barricados no Rivoli em particular (e, claro, os Srs. Que Usam o Mesmo Tipo de Argumentação). "Claro" - dizem em uníssono - "só podia".
sábado, outubro 14, 2006
Panaceia da pobreza
O Senhor dos Anéis
Hamlet: Not so my Lord, I am too much i' th' sun.
Queen: Good Hamlet cast thy nightly colour off,
And let thine eye look like a friend on Denmark.
Do not for ever with thy vailed lids
Seek for thy noble father in the dust;
Thou know'st 'tis common, all that lives must die,
Passing through nature, to eternity.
Hamlet: Ay Madam, it is common.
Queen: If it be,
Why seems it so particular with thee?
in Hamlet, William Shakespeare
domingo, outubro 01, 2006
Moral nacional
Nunca percebo o objectivo. É tornar mais triste a notícia? Devemos sentir-nos pior quando há portugueses envolvidos, tão anónimos para nós como todos os outros? A questão é apenas uma questão de fronteiras da moralidade, ou, melhor, da ausência dessas fronteiras. O que sentimos ao ouvir o relato de uma tragédia deve variar de país para país? Apenas podendo salvar um, que avião escolheríamos - um com dez portugueses ou um com dez neo-zelandeses? Um acidente em Badajoz deve causar-nos menos pesar do que um em Elvas?