"As pedras da calçada" - afiançou-nos - "fui eu que as mandei pôr".
Imaginei, rapidamente, o trabalho meticuloso de, uma por uma, colocar as pedras, ora brancas, ora azuis, com a exacta distância para que, quando o passo firme e apressado de uns sapatos de senhora se atravessassem no seu caminho, pudesse, com precisão, qual dentista de alicate em punho, prender a capa que terminava o salto. ´
Toca numa banda, parece. Nunca vi. Nunca ouvi. Confesso mesmo que pensava que aquele senhor (cujo nome está, orgulhosamente, gravado na dianteira do avental de couro, mas que, neste instante, não me vem à memória) ficava ali, parado, mesmo de noite, naquele quadro de sapatos emaranhados, emoldurado pela pequena porta de madeira, sempre aberta.
"Adeus e obrigada!". "Adeus! E que se estraguem depressa!".
domingo, julho 10, 2005
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