Ler coisas como esta aborrece-me. Aborrece-me, aborrece-me e aborrece-me. Pondo-me do outro lado, consigo pensar em alguns bons argumentos que João César das Neves poderia usar, mas não. Prefere assim. Deve achar mais engraçado - se der alguns tiros no pé a coisa fica mais emocionante.
Pequenos excertos:
1. Noutros países, a liberalização conduziu a um «aumento generalizado do número de abortos», segundo estatísticas do Eurostat;
2. Este fenómeno «tem um paralelo económico»: a chegada de um produto novo ao mercado. Tal como aconteceu com os telemóveis, João César das Neves prevê que exista um aumento exponencial do número de abortos, como com os telemóveis adquiridos pelos portugueses;
3. Muitos médicos que aleguem objecção da consciência para não realizar a intervenção serão prejudicados. Quando questionado sobre a origem destas informações, João César das Neves disse que chegou a esta conclusão «pensando». (as aspas são da notícia, não minhas)
Ora bem:
1. Eu podia dizer que comparar estatísticas de uma actividade até certa altura ilegal, e por isso, por muito estimada que seja, sempre incorrecta, com estatísticas pós-liberalização é, no mínimo, absurdo.
2. E podia ainda enunciar as diferenças entre os dois «produtos» - telemóveis e abortos.
3. E podia, finalmente, interrogar-me sobre o que quererá dizer JCN com «prejudicados» e, «pensando», chegar a algumas conclusões.
Podia, "se não fora não querer".
quinta-feira, janeiro 18, 2007
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
1 comentário:
Quase que não percebi o porquê da formiga Bossa Nova...
Até acabar de ler.
Enviar um comentário