Já que o guia turístico que consegui arranjar não é mais do que uma compilação de vários top tem (10 museus e galerias a não perder, os 10 melhores passeios e itinerários, os 10 melhores quadros no Prado, etc. …), aqui vai uma lista com 10 observações subjectivas acerca de Madrid:
1. Curiosamente, ainda antes de entrar em Madrid, a visão que se tem ao longe da cidade é uma imagem sufocante, confrangedora. Um vasto conjunto de edifícios entrecortado por espaços verdes encontra-se espalmado entre a planura seca da terra e um asfixiante nevoeiro avermelhado que paira no ar.
2. À primeira vista, circular de carro nas ruas pode parecer caótico, mas acaba por ser um desafio muito interessante. Segue em frente! Não posso, é sentido proibido! Vira à direita! Não dá, é uma rua só para peões! Vira à esquerda! Não se pode virar à esquerda… Enfim, quarenta e cinco minutos depois lá encontrámos o objectivo desejado (com alguma ajuda externa, é certo…).
3. Obras, obras e mais obras! A cidade está transformada num grande estaleiro, encontrando-se a cada esquina montes de areia e pilhas de tijolos. A renovação da rede de metro é responsável por uma boa parte desta gigantesca cirurgia que deixou, impudicamente, Madrid com as tripas à mostra.
4. Não sei se é uma consequência directa do atentado terrorista, ou se a convivência de longa data com a ETA já o exigia, mas em todas as ruas é bem visível um forte dispositivo policial, montado para vigiar todo e qualquer movimento suspeito. Da minha perspectiva, isto tem uma grande externalidade positiva – há sempre um polícia simpático pronto para explicar muito devagarinho qual é o caminho para um determinado sítio.
5. Passear a pé é muito agradável. Apesar das temperaturas elevadas, é possível percorrer grandes extensões sempre à sombra, ou de grandes árvores ou de enormes prédios, que ladeiam ruas estreitas. Para além disso, a estrutura labiríntica da parte mais antiga da cidade é propícia a inúmeras descobertas.
6. Ao contrário de Lisboa, Madrid é uma cidade com vida a todas as horas. As ruas estão sempre cheias de gente a deslizar de um lado para o outro. As esplanadas estão cheias até bem tarde e, surpreendentemente, os tocadores de acordeão funcionam como um atractivo; tocam bem e têm um repertório bastante variado, criando um ambiente animado ao seu redor.
7. Um ponto incontornável – os museus. Infelizmente, não houve tempo para ver o Prado. Porém, de tudo o que vi, a minha preferência recai sobre o museu Thyssen-Bornemisza, não só pela variedade como pela organização.
8. Quadro: Guernica. Imponente!
9. Ao nível arquitectónico, as ruas madrilenas também primam pela variedade. Existe uma enorme quantidade de edifícios, dos quais se destacam o do Banco de España e o Metrópolis, que são verdadeiras obras de arte.
10. Finalmente, a comida, que foi o calcanhar de Aquiles. Não é fácil comer em Madrid, mesmo com as tapas e os bocadillos. A única refeição que não se transformou num verdadeiro pesadelo foi o jantar num café/restaurante na Calle del Arenal, onde encontrámos um empregado português.
domingo, junho 11, 2006
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2 comentários:
5 pontos positivos, 5 pontos negativos, hum... o saldo é em que sentido? Madrid é uma cidade a visitar?
É claramente positivo!!! Alguns dos pontos menos positivos até tiverem alguma graça. Na minha opinião, Madrid é uma cidade a visitar (de preferência com mais tempo...)
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